musicas.mus.br

Letras de músicas - letra de música - letra da música - letras e cifras - letras traduzidas - letra traduzida - lyrics - paroles - lyric - canciones - O SUFOCO DO REAL - LUCAS EVANGELISTA E LUZIA DIAS - música e letra

Utilize o abecedário abaixo para abrir as páginas de letras dos artistas

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

O Sufoco do Real letra


Com o reajuste diário
Ninguém se bulia mais
Correndo os preços na frente
Se arrasta o salário atrás
Nem pra trás e nem pra frente
Quando veio o presidente
Entrou com gosto de gás

Botou o dólar pra trás
Na saída do cruzeiro
Calculando a URV
Multiplicando o dinheiro
Fazendo a moeda forte
Circular do sul ao norte
No bolso do brasileiro

Parou o Brasil inteiro
Com a entrada do real
Foi quando os oportunistas
Começaram a se dá mal
Os especuladores
Agiotas exploradores
Também entraram no pau

Pois o salário no grau
Os preços ficaram em pé
Uns diziam é armadilha
Outros diziam não
Trabalhos de oficina
Transporte a gasolina
Andaram de marcha ré

Tudo o povo compra quer
Vendo de bom e barato
Na base da prestação
Chegou o momento exato
Nego começa a dever
E depois vai se mal dizer
E o real quem paga o pato

O real chegou exato
Melhorou para o povão
Embora muito confuso
Pela soma da fração
Tudo mundo aproveitou
E quem pode comprar
Comprou na base da prestação

Foi a maior confusão
Com o avanço da URV
Tinha gente que emcarcava
A unha pra ver doer
Peixe frango no mercado
Feijão e carne de gado
Pobre ficou sem comer

Sem ter pra onde correr
Nas garras da inflação
Leite arroz açúcar e gás
Manteiga café e pão
Bolacha e tripa subia
E a linguiça só comia
Quem tivesse proteção

Nem ajuda do negão
Não adiantava mais
Mulher vendeu a barriga
Lá nas grandes capitais
Mas tem freguês indigente
Que comprou parte da frente
E carregou a de trás

O sufoco era demais
No peso da inflação
O volume do cruzeiro
Causava admiração
Para gente ir ao mercado
Levava o bolso estufado
Só dava um ovo e um pão

Mudou a situação
Com a entrada do real
Moeda não dava mais
Nem mesmo pra comprar sal
Agora com uma moeda
O nego bebe que azeda
Cachaça até fazer mal

Esculhambação igual
Ninguém mais aguenta
Vai haver um grande choque
Nesta era de 90
Desta vez ou vai ou quebra
Ou a mola desapega
Então a corda arrebenta

Nego entorta o pau da venta
E o bigode dá um nó
Quem não morrer afogado
A água dá no gogó
Mesmo o cabra sendo ativo
Que a desgraça do pau vivo
É ter um cerco arredor

A coisa ficou pior
Os preços são desiguais
Os lucros são diferente
Dos cruzeiros pros reais
Cruzeiro andava pra frente
Pro azar de muita gente
Real só pra trás

Lavrador não solda mais
Pagando trabalhador
Emprega tudo que tem
Faz despesas de horror
Por grande que a safra seja
Nunca dá pra o que deseja
Nem recupera o valor

No sertão o criador
Perdeu o valor do gado
Barato ninguém não compra
Que o real tá imprensado
Dinheiro ninguém não tem
Cheque não vale também
Perde quem vender fiado

O nó está apertado
Ninguém pode desmanchar
A chegado do real
Entrou mesmo pra quebrar
Quem pensar que é brincadeira
Desta vez nem que não queira
Ver os quartos balançar

O aposento não dá
Acabou-se a confiança
O médio cresceu o fogo
O rico cresceu a pança
O velho murcha a barriga
Doença fome e fadiga
A velha murcha a poupança

Quanto mais se faz mudanças
Mas corre o povo apertado
Quem pensar que tá roubando
No fim é que vai roubado
Quem tem a glória por certo
Pensando que o céu é perto
Morre de braço estirado

O Brasil tá imprensado
No balanço do reais
De um comércio para o outro
Os preços são desiguais
Nas unhas do tubarão
Quem não presta atenção
Leva trombada demais

Caiu o chicote por trás
Com toda força do braço
Quanto mais se esperneia
Mas entra no embaraço
Muita gente vai perder
Para todo mundo ver
Couro do espinhaço
Muita gente vai perder
Para todo mundo ver
Couro do espinhaço

Lucas Evangelista e Luzia Dias - Letras

top 30 músicas

©2003 - 2024 - musicas.mus.br